sábado, 4 de agosto de 2007

English, o mito de shorts e sorriso no rosto


Como técnico do Basquete Sem Fronteiras, Alex English passou quase anônimo. De todos os convidados, era o cara que eu mais queria entrevistar. Aos 53 anos, ali no ginásio do Pinheiros, ele era apenas um sujeito de shorts curtos e camiseta dando instruções para a molecada. Mas não dava para separar o homem da lenda. English foi o maior jogador da história do Denver Nuggets. Com estilo elegante, dividiu as honras ofensivas da NBA nos anos 80 com Larry Bird, Magic Johnson e Dominique Wilkins. Hoje, é assistente de Sam Mitchell no Toronto Raptors. Durante o papo, ele manteve sempre o sorriso simpático no rosto e, ao fim da entrevista, ainda ficou uns 10 minutos me fazendo perguntas sobre a seleção brasileira. Quis saber quem eram os nossos bons chutadores de três, pediu informações sobre o Tiago Splitter, discutiu a evolução (ou não) do Baby, e por aí vai.

- Que avaliação você faz sobre a clínica aqui em São Paulo?
- Acho que fizemos um bom trabalho com essa garotada. Espero que eles continuem trabalhando com o que ensinamos aqui. Há bons jogadores neste grupo. Tenho certeza de que vão sair daqui jogadores para a NBA.

- Sério? Palavra de Alex English?
- É a minha palavra. Eu realmente acredito nisso.

- Vamos falar sobre a NBA. Você é o melhor jogador da história do Denver Nuggets, e hoje o time tem um novo ícone, Carmelo Anthony. É bom ver um jogador de alto nível fazendo carreira no time que você defendeu?
- Sem dúvida. Estou feliz por Carmelo. Ele tem uma bela carreira, espero que continue. O Denver agora tem peças bastante sólidas, principalmente com a chegada do Allen Iverson e a recuperação do Nenê. O time tem muito potencial para ser forte no Oeste.

- Apesar da ligação com o Denver, hoje você é assistente técnico do Toronto Raptors. Como é trabalhar numa equipe tão aberta para o talento internacional?
- Estou muito empolgado com esse time. Sinto que temos a chance de vencer a divisão do Atlântico de novo e fazer bonito no Leste. Temos jogadores que são ótimas pessoas. E quando você tem bons homens, o trabalho do técnico fica muito mais fácil.

- O que faltou naquela série de playoff contra o New Jersey Nets?
- Acho que começamos muito devagar. Eles nos venceram na nossa casa e, quando recuperamos o nosso ritmo, já era tarde demais.

- Chris Bosh deve ter um papel importante com a seleção americana no Pré-Olímpico, já que Tim Duncan não está na lista. Fale sobre este jogador.
- Ele vai ser muito importante. É uma boa pessoa, cheia de talento, e trabalha muito duro. A tendência daqui para a frente é só crescer.

- Não posso deixar de pedir que você comente aquele famoso jogo de 1983, com o placar mais alto da história da NBA. Você estava lá, fez 47 pontos, mas o Denver perdeu para o Detroit por 186 -184 em três prorrogações.
- Eu me lembro que foi um jogo muito longo e cansativo [risos]. Muitos jogadores se saíram bem naquela noite. Eu fiz 47 pontos e sequer fui o cestinha. Isiah Thomas também fez 47 pelo Detroit, e Kiki Vandeweghe fez 51. John Long meteu uns quarenta e poucos [na verdade, 41]. Foi uma situação especial. Acho que esse recorde jamais será quebrado.

- O técnico do Denver naquela partida era Doug Moe, conhecido pelo estilo ultra-ofensivo. Ele sobreviveria à NBA de hoje?
- Ele era ótimo. Se ele estivesse lá hoje, estaria vencendo. Hoje alguns times estão tentando voltar àquele estilo. E ele foi o melhor nesse aspecto.

- Obrigado pelo papo. É uma honra tê-lo aqui no Brasil.
- Eu é que agradeço, foi um prazer.

5 comentários:

Clovim disse...

Rodrigo, posta o papo seu com English, sobre a nossa seleção e sobre a evolução do Baby, ok????

Um abração!!!

Rodrigo Alves disse...

Clovis, o papo rolou depois que eu desliguei o gravador, foi uma conversa informal, então não tenho aqui as declarações exatas para colocar no site. Mas ele quis saber sobre o Splitter, sobre os nossos jogaodores de perímetro. Falei sobre o Marcelinho Machado, que ele não conhecia. Perguntou sobre o sistema de classificação do Pré-Olímpico e chegou à conclusão de que o Brasil deve tomar a segunda vaga da Argentina. Abraços!

Anônimo disse...

Rodrigo, duas fáceis...rs

Qual é a sua impressão pessoal do Baby?
Como você imagina o Baby é visto na NBA?
Abraços!

Anônimo disse...

nossa muito boa a entrevista!!parabnes por entrevista 2 lendas do basquete!+ parabens novamente!

Anônimo disse...

Excelente entrevista. Parabéns! Você foi o único a não deixá-lo passar por aqui como um anônimo.
Grande Alex English!

Detonava com ele no game "Lakers vs Celtics" hehehe