quinta-feira, 23 de agosto de 2007

23 de agosto de 1987


Por Fábio Balassiano

Há 15 anos, o técnico norte-americano Chuck Daly disse, após a conquista do ouro olímpico em Barcelona, que, devido à troca de informações e ao intercâmbio de atletas, a seleção de seu país não teria moleza dali por diante. Ele acertou, mas errou também.

Daly se esqueceu do dia 23 de agosto de 1987, quando, comandados pelo genial Ary Vidal (como faz falta ao basquete brasileiro...), Oscar, Marcel, Israel, Guerrinha, Gerson, Paulinho Villas Boas, Rolando, Cadum, Pipoka, Maury, André e Sílvio derrotaram pela primeira vez uma seleção dos Estados Unidos em seu território. Foi no Pan-Americano de Indianápolis, por 120-115, com 46 pontos de Oscar e 31 de Marcel.

Muita coisa já foi contada a respeito da vitória (como a preleção de Ary na manhã da partida, quando disse um singelo "vão lá e façam o que vocês sabem, e será suficiente"), muitas histórias foram ditas (como a do papo do intervalo, quando o Brasil perdia por 14 e não por 15 pontos), mas creio que pouca gente tenha a verdadeira noção do legado da data que hoje completa 20 anos.

Duas décadas se passaram, e os Estados Unidos não vencem uma competição de alto nível há sete anos, os últimos campeões de Olimpíadas e Mundial foram quatro países diferentes (EUA, Sérvia, Argentina e Espanha - fato impensável para qualquer outro esporte) e o Brasil desaprendeu a jogar, perdendo a maior chance de "utilizar" o boom da modalidade. E isso é o mais triste. É triste detectar que o feito iniciado por Oscar e Marcel tenha representado a "carta de alforria" para os outros.

7 comentários:

Anônimo disse...

Antes que alguem venha flar que os caras não tinha disciplina tática é tudo mais uma coisa tem que ser dita.

Eu tenho esse jogo aqui em casa, e o que o time do Brasil defendeu no terceiro e quarto, foram muitos e muitas roubadas de bola, inclusive do próprio Oscar, e ai perdendo de 15 pontos, chuta mesmo os cara são bons.

agora hoje o que acontece é diferente, não tem defesa, não se ganha posse de bolas a mais aí não da para queimar bolas a torto e a direito.

Anônimo disse...

Tento evitar comparações. O mundo do basquete teve uma reviravolta extraordinária depois desse fato.

A perspectiva do esporte de alto rendimento mudou completamente, isso foi muito bom para quem soube aproveitar, para os outros, como nós, simplesmente não acompanhou o processo.

Gostei muito do blog, o novo formato é realmente muito interessante. Parabens

acesse também: www.capitaldobasquete.com

Fiel disse...

Ae Felipe, é isso ai, concordo !
Esse fato historico, realmente foi um marco na historia do basquete ! E como o ronei disse, esse time jogou muito mesmo, teve que defender pra conseguir a virada. Eu era um pequeno fedelho, mas a emoção daquele momento é inesquecivel !!!
Sempre é valido lembrar e aplaudir Oscar e cia !

abraços a todos

Fiel

Alfredo Lauria disse...

Apenas para registro, saiu uma nota de lembrança no site da CBB.

Anônimo disse...

Enquanto isso.. A Argentina disciplinada taticamente vai passeando em cima do Uruguai.

Anônimo disse...

Fábio indócil com CBB, Lula e cia.
Prefiro a geração atual, individualmente.

Anônimo disse...

O basquete brasileiro , salvo em raras ocasiões sempre jogou na individualidade, no improviso, no talento de alguns jogadores (como no tempo de Wlamir, Carioquinha, Oscar, Marcel e tantos outros),deixando de lado a defesa e a tatica, e se dava bem fazendo assim. Os tempos mudaram , e hoje não só no basquete, no futebol e outros esportes tambem a coisa é diferente, é PROFISSIONAL!
Vale lembrar que o time dos Estados Unidos de 87 era composto de universitários, sem nenhum jogador profissional, enquanto que todos os jogadores do Brasil e de outras seleções ja o eram (uma regra esquisita ou hipócrita da FIBA à época). Fica aqui o registro desses fatos.