domingo, 2 de setembro de 2007

E agora?


Por Fábio Balassiano

Foi um duro golpe. Não que não imaginássemos, pois quem tem Grego como presidente pode, e deve, esperar tudo de pior. A seleção brasileira, que outrora brigava entre as grandes, contentou-se em derrotar Méxicos e Venzuelas, e perder, cândida e passivamente, para o time B da ex-eterna freguesa Argentina. É triste detectar que aquilo que devotamos tanto se esfacelou, se deteriorou com o tempo.

Em texto recente, disse que o basquete brasileiro havia acabado há um ano, e não retiro isso. Porém, há soluções. De maneira resumida, pensei no seguinte (excluindo a possibilidade de renúncia de Grego):

1) Em primeiríssimo lugar, troca da comissão técnica. Vejo com bons olhos a presença de um técnico de fora, mas gostei muito de uma sugestão aqui da caixinha de comentários: um gringo de treinador principal, e Marcel de Souza como seu assistente direto. Atrelado a isso, fazer uma série de clínicas (mas não aquelas em que Barbosa ensina seus truques) com estrangeiros, de preferência com europeus.

2) Que a CBB deixe, enfim, o Campeonato Nacional nas mãos dos clubes e se preocupe, de maneira alinhada, em promover circuitos de base. O fomento aos formadores de novos talentos, que hoje em dia é feito de forma gloriosa, merece mais atenção.

3) Fazer uma espécie de “pré-temporada” com os atletas que jogam fora do país. É inadmissível que a CBB ignore atletas como, por exemplo, Ricardo do Bem e Vitor Faverani (foto). Os dois são pivôs, jogam fora (o primeiro, nos EUA; o segundo, na Espanha), com mais de 2,10m e poderiam ter sido úteis em Las Vegas, onde só tínhamos Nenê e Splitter como “homens pesados” no garrafão.

4) Trazer de volta ídolos da modalidade. Pessoas como Amaury (Hall da Fama) e Wlamir Marques (cada vez mais lúcido), entre outros, não podem ser exilados pela CBB. Colocá-los como chefes de delegação seria um bom começo e com mais representatividade juntos aos atletas e ao público que o presidente de alguma federação aliada de Grego.

Pouca gente lembra, mas no começo da década de 60, o Brasil tinha dois títulos mundiais de futebol (58 e 62) e também de basquete (59 e 63). Desde então, o esporte da bola laranja parou no tempo, o vôlei cresceu, o tênis ganhou espaço, Daiane e Laís tomaram de assalto páginas de jornal etc. Já passou da hora de mudar essa história, não?

14 comentários:

Anônimo disse...

Una comision extranjera con el comando actual de la CBB es lo mismo.

No van a dejar trabajar y ademas van a ficar sabendo de tudo que ai por dentro e van a ir embora.

Es como dejar a namorada mas continuar viendola....NAO DA.

Tudo o nada.

cibele disse...

Acho que se não dá pra tirar o Grego, que deve ser daqueles que só vai sair quando morrer, já é um começo pensar em alternativas. E gostei dessas do Fábio.

Só eu estou vendo o jogo contra Porto Rico?

bcb disse...

Eu vi tb Cibele, só comentei/desabafei no tópico abaixo.

Anônimo disse...

A derrota para Porto Rico é só "a tampa do caixão". Agora é ficar atento ao que vai ser falado, e o principal: FORA COMISSÃO TÉCNICA (INTEIRA!). FORA MARQUINHOS! fORA NEZINHO!
Isso será um bom começo para a limpeza.

Anônimo disse...

Carlos Alberto
Fábio,qual a sua formação profissional,e sua vida dentro do basketball,penso que para dar tantas sugestões,depreciar profissionais,ou mesmo enaltecer outros precisa ter alguma participação efetiva no esporte,acho sim que o Grego é o grande culpado da manutenção do Lula.

Anônimo disse...

Não sou o "pai da metéria", porém fico feliz com a sintonia de alguem que entende realmente de basquete com a minha opiniâo ( técnico estrangeiro e Marcel como assistente, afinal sou apenas um amante deste maravilhoso esporte.
Também reafirmo que nâo cabe o "fora grego" ( é golpe), todavia seria maravilhoso se ele saisse.
Agora, sim, "fora lulas, marcelinhos e nezinhos", símbolos de um basquete ultrapassado. ( cuidado leandrinhos).
Continuo com o eterno otimismo. Se mudar pode ser. Valores individuais temos, e podemos ter mais.
Em tempo, abaixo as federações "cartoriais" e seus dirigentes que só querem ser "chefes de delegações" e irem a eventos ( vide Pan) as custas do povo brasileiro.
Abraços a todos.

Anônimo disse...

Fábio, como sempre um belo texto. É isso mesmo, temos que refazer as coisas, mas infelizmente pouca coisa ( ou nada ) irá mudar. Logo iremos ouvir do Grego que as coisas estão bem. Bem? Perdemos duas vezes de Porto Rico e duas do time B da Argentina. 20 anos atrás o time do Brasil meteria 20 pontos no time A dos hermanos. Hoje nós é que levamos sacoladas do Scola ( que trocadalho do carilho ). Mas é assim. Vlamir e Amaury metidos em Delegações do Grego? Sei naum. Se perdessemos iriam dizer: tá vendo, os velhinhos não dão sorte. Deixem esses "babões" do Grego, eles pensam exatamente como ele: está tudo bem... mal!!!

Anônimo disse...

Eu sempre esquecendo algo nos comentários. Faltou dizer que a 20 o time B do Brasil meteria 20 pontos no A dos hermanos. Ai que saudades...

Anônimo disse...

Boas sugestões, assim como tb são boas as sugestão de um amigo "ex dirigente" na caixinha do jogo de ontem.
Pena que dificilmente quem "manda" no basquete brasileiro vai realiza-las.
Não gosto da idéia do Marcel como técnico por achar que falta bagagem na função, mas como auxiliar é dificil pensar em nome melhor e quem sabe no futuro assumir a função.
Qto a Wlamir e Amaury.. sem comentários são os 2 que mais admiro no basquete, junto com Kanela e Magic Paula.

Anônimo disse...

Bomba!Bomba!
Acabei de saber q o sucessor do lula esta escolhido Neto ele mesmo da atual ''comissão'' tecnica q conseguiu o 4 lugar no mundial da servia(na verdade quem consegui foi o paulão q jogou muito)
OU SEJA A SELETIVA MUNDIAL JA PERDEMOS AGORA RESTA TORCER EM LONDRES 2012

Anônimo disse...

infelizmente o grego é o presidente as sugestões foram excelentes mas se ele tá no comando há anos e não fez nada disso,não vai ser agora.Prioridade 0,renúncia de gerasime bozikis da presidência da cbb

Anônimo disse...

eu queria respostas se possíveis.
(1)será que no pré-olimpico mundial teremos Nenê, Leandrinho e cia para o evento que vale três vagas
já que Nenê teve uma lesão e o denver pode vetá-lo, acho que eles deixaram bem claro que eles só o liberaram para o pré.
(2)Vale a pena ainda apostar em marcelinho, nezinho, valtinho, murilo
(3) Supomos que com Nenê em quadra marcando Scola o Brasil poderia ter ganho sim ou não da Argentina
(4) oque vocês acham de JP no lugar de Nenê?
(5) Marquinhos fou ou não irresponsável com suas declarações já que concerteza os jogadores ficaram sabendo de tudo oque ele teria dito na hora errada de maneira errada.
afinal eles esqueceram de combinar oque dizer sobre estes assuntos!

Clovim disse...

Fabio, como vc pode perceber, o Lula e sua comissão técnica, não tira os olhos do próprio umbigo, portanto é difícil, eles garimparem algum jovem e ótimo atleta que esteja despontando na Europa ou na NCAA!!!

Além desses que vc disse, tem o Jonathan Tavernari e o promissor Hátila Passos, como pode ser ridículo esse Lula!!!

Sem dizer, que ele mal utilizou o bom JP Batista, que ontem pra mim, foi o melhor do Brasil contra Porto Rico!!! É incrível como essa comissão técnica, além de não saber convocar, não sabe treinar e muito menos fazer rodízio!!!

Renato disse...

O Oscar fez comentários interessantes no Sportv ontem, depois do jogo de Porto Rico. Alguns deles foram:

* acha que a "escola brasileira" de basquete segue muito o estilo americano, que não está tendo sucesso no basquete internacional, em comparação ao estilo europeu ("eslavo", na classificação dele) de jogo amarrado e cadenciado.

* é contra um técnico estrangeiro por princípio pessoal, mas acha que deveriamos trazer europeus para dar clínicas aqui, e "termos humildade para aprender" um estilo de jogo diferente e vencedor ("eslavo").

* cobrou pesadamente o compromisso de jogadores como Nenê, Marquinhos e Nezinho com a seleção. No caso do Nenê, citou que ele poderia ter treinado por conta e ao menos se apresentado em forma quando pudesse se juntar ao time. Quanto ao Marquinhos, questionou o timing da entrevista, e perguntou "quem é Marquinhos e o que já deu à seleção, para impor uma humilhação dessa ao técnico?". O mesmo questionamento valeu pro Nezinho ao se recusar a entrar em quadra.

* Ao cobrar o compromisso dos jogadores com a seleção, disse que tudo que ele mesmo renunciou de dinheiro, ao não ir jogar nos EUA, o país está dando em dobro agora, em reconhecimento e em oportunidades de trabalho com palestras, por exemplo. Ele diz que nunca teria este campo de trabalho agora se não tivesse se dedicado a conquistar resultados pela seleção. Questiona: quem irá lembrar dos jogadores que construirem uma carreira exclusivamente na NBA?

* Elogiou muito o Tiago Splitter, apontando-o como exemplo, pelo que mostrou de jogo e esforço dentro de quadra, e pela dignidade compostura pessoal fora dela.

* Questionou a rebelião dos jogadores, apontando que não era o momento ideal. Questionou o porquê de já não terem feito isso durante a pior campanha de todos os tempos do Brasil em um mundial de basquete, e não agora onde havia tanto em jogo para o futuro do basquete brasileiro.

Embora não concorde com alguns pontos, achei todos os questionamentos *extremamente pertinentes*.

Acho que os comentários ganham credibilidade adicional pois o Oscar, ame ou odeie, sempre colocou as suas ações junto com as suas palavras, tanto como jogador quanto como dirigente.