domingo, 30 de setembro de 2007

Três pontos sobre o Carioca

Por Fábio Balassiano

1) Após a desistência da parceria entre Vasco e Saldanha da Gama, ouvem-se rumores de que o convênio será firmado, desta vez, com o Brasília, atual campeão brasileiro. O Saldanha, que se vestiria de alvinegro, pode fechar com o Iguaçu, que deveria assinar com o Uberlândia. Pelo visto, não há nada certo, e o certame já começou.

2) Em jogos válidos pela primeira rodada, o Flu/Minas derrotou Macaé por 88-64, em casa, com empolgado público prestigiando e show do argentino Sucatzky. Quem foi ao ginásio - e merece crédito - garante que Rafinha, do time visitante, pode ter futuro. O Flamengo, sem Marcelinho, bateu o Volta Redonda por 95-49, com 27 pontos do irmão Duda.

3) Outro fato curioso deste Carioca é que o técnico da equipe de Macaé é ninguém menos que Guilherme Kroll, ex-presidente da federação de basquete do Estado. Loucura pouca é bobagem...

Câmera Rebote - o que fazer com Iziane?

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sábado, 29 de setembro de 2007

Três pontos na Espanha


1) Um mês após o fiasco do Brasil em Las Vegas, Tiago Splitter foi eleito o MVP da Supercopa, torneio de tiro curto que reúne três semifinalistas da liga espanhola. O pivô comandou o Tau Cerámica com 16 pontos e sete rebotes na final contra o Bilbao. Ele já começa a se firmar como substituto de Luis Scola.


2) O argentino Pablo Prigioni, que ajudou a afundar a seleção brasileira no Pré-Olímpico, anotou 12 pontos e sete assistências pelo Tau.

3) O Bilbao, aliás, é o novo time de Marcelinho Huertas. O armador brasileiro foi o destaque ofensivo da equipe na partida, com 18 pontos.

Três pontos na NBA

1) Mark Cuban, o proprietário fanfarrão do Dallas Mavericks, finalmente se encontrou. Está na Dança dos Famosos, nos EUA. Uma graça.

2) Outro Mark, o Price, mestre na arte do lance livre, foi contratado para ser o treinador de arremessos do Memphis Grizzlies. Bola dentro.

3) Chris Webber pode parar na Grécia. O veterano ala-pivô recebeu uma proposta tentadora do Olympiakos: dois anos, US$ 12 milhões.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Paraíso tropical


Enquanto Olavo confessava o assassinato de Taís, o Brasil trucidava as mexicanas no Pré-Olímpico de Valdívia. Com direito ao melhor quarto dos últimos tempos (o segundo, vencido por
32-1), nossas meninas chegaram
a abrir 79 pontos e, no fim das contas, venceram por 75 (119-44).

O rival, claro, era tão fraco e sem sal quanto o desfecho da novela das oito. Sem problemas. O que importa é que a equipe cumpriu a missão da primeira fase: garantiu
a vaga no Pré mundial, evoluiu a cada jogo e mostrou que tem potencial para encarar os grandes.

O primeiro desafio "de verdade" está marcado para sábado, às 21h, na semifinal contra Cuba. Tem tudo para ser uma partida dificílima, e uma eventual derrota não chegará a ser vergonha. Uma coisa, no entanto, é inegável: já dá gosto sentar no sofá e torcer pela seleção.

Dito isso, para encerrar, cabe um registro da bela atuação de Mamá (na foto). Pouco usada na Era Barbosa, ela foi a maior cestinha (22 pontos), reboteira (sete) e ladra de bolas (quatro) do Brasil no jogo de sexta-feira.

Como há muito não se via...

Ah, o México é uma baba? Claro que é.

Ainda assim, após tanto tempo sofrendo com os times de Lula e Barbosa, é impossível não sorrir de orelha a orelha ao ver o Brasil jogando um basquete de nível tão alto. O primeiro tempo contra as mexicanas terminou em 63-10, sendo 32-1 no segundo quarto. E isso cumprindo à risca a cartilha moderna, com direito a um punhado de lances espetaculares.
É assim que funciona: se o adversário é fraco, massacre neles.

Ainda temos muito chão pela frente, a começar pelo segundo tempo deste próprio jogo - sem falar em Cuba e Estados Unidos, claro.

Mas já dá para abrir um sorriso otimista.

Vocês estão confiantes, hein...

Na enquete sobre quem vai ficar com a vaga olímpica, os Estados Unidos receberam 14 votos, contra nove do Brasil e três gaiatos da Jamaica. Sinceramente, achei que as americanas ganhariam com mais folga. Será que as meninas brasileiras passam por Cuba e aprontam no domingo?

E a zebra começa a passear na Europa...



No primeiro dia da segunda fase, pintou uma senhora zebra no Europeu feminino. A República Tcheca conseguiu a proeza de perder para a limitada Alemanha. Mesmo com uma grande atuação de Hana Machova (na foto, à esquerda), com oito pontos, seis rebotes, quatro passes e quatro roubadas, o ataque pifou e fez apenas 47 pontos, contra 54.

Por falar em surpresa, quem lidera o grupo é a invicta... Bélgica (!?) - tudo bem que os adversários até agora foram fracos. As tchecas vêm logo atrás, com Letônia, Alemanha, Lituânia e Turquia na seqüência.

Para o outro grupo, a segunda fase começa amanhã. Espanha e Rússia estão invictas, seguidas por França, Bielorrússia, Itália e Sérvia.

Enquanto isso...


Por Fábio Balassiano

Enquanto Grego pensa em anunciar um novo técnico em dezembro ou janeiro de 2008, o mundo se movimenta. Na manhã desta quinta-feira, a Confederação Chinesa de Basquete e a Universidade de Memphis (que deve ser a primeira no ranking da NCAA nesta temporada) assinaram um acordo de cinco anos que prevê uma série de benefícios para ambos os lados:

- O técnico da Universidade de Memphis, o competente John Calipari (foto), concederá uma série de clínicas e poderá levar alguns atletas para a sua faculdade.

- Quinze técnicos de equipes masculinas e femininas escolhidos pela federação chinesa passarão, em outubro deste ano, 10 dias em Memphis acompanhando e aprendendo com Calipari e sua comissão técnica. Um destes treinadores ficará com o elenco de Memphis por toda a temporada.

A China, já classificada para as Olimpíadas por ser o país sede dos Jogos, parece não se contentar com pouco. Os resultados poderão ser medidos em curto prazo, com os jogadores sendo treinados por profissionais mais competentes e cada vez mais estudiosos e preparados.

Ei, Grego, vai esperar até 2008 mesmo?

Câmera Rebote - meio caminho andado

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quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Afinal de contas, quem está mentindo?



O Brasil evoluiu em relação à estréia, e daqui a pouco vem uma Câmera Rebote para falar disso. Antes, no entanto, queria fazer um comentário rápido sobre a apresentação de Marcelinho ao Flamengo. Depois das tradicionais declarações de amor ao clube, ele falou sobre a campanha em Las Vegas. Criticou Marquinhos e, lá pelas tantas, saiu-se com esta:

"O Marquinhos foi infeliz em dizer que o clima não estava bom entre os atletas. O atrito foi entre os jogadores e a comissão técnica, e ele foi resolvido como tem que ser: olho no olho", disse ao Globoesporte.com.

Opa.

Então houve mesmo um conflito entre jogadores e comissão técnica? Foi exatamente isso que disse o Marquinhos, não foi? Foi exatamente isso que negaram categoricamente Splitter e Leandrinho, não foi?

Um mês depois do fiasco, ainda não sabemos o básico: quem fala a verdade e quem mente na seleção masculina de basquete?

No primeiro tempo, tudo caminhou bem

O nervosismo da estréia ficou para trás e o Brasil fez uma bela exibição no primeiro tempo contra a fraca seleção do Chile. Até agora, a "filosofia Bassul" funcionou direitinho, principalmente no primeiro quarto: defesa forte, contra-ataque eficiente, participação das reservas. Resultado: 53-23.

Massacre em Valdívia

Infelizmente, só consegui ver o último quarto do jogo entre Estados Unidos e Jamaica, quando a parada já estava decidida. A vitória por 68 pontos de diferença (115-47) mostra que as americanas não tiveram nem sombra das dificuldades da estréia. Mas a Jamaica é a Jamaica, né. Então prefiro esperar mais um pouco antes de cravar qualquer análise sobre as moças.

Vejo agora, nos melhores momentos, que Candace Parker tentou uma enterrada no contra-ataque, livre, livre... e errou.

Cabeça na lua

Na análise que fez no Painel do Basquete Feminino, Bert lembra um ponto interessante da estréia contra a Argentina no Pré-Olímpico:

"No capítulo falta de concentração, teve de tudo. Micaela voltou sem amarrar o cadarço no terceiro quarto. Iziane estava no banco quando o apito soou. Êga passou grande parte de uma jogada arrumando as madeixas. No ápice, a seleção ficou em quadra com 4 jogadoras."

Parecia até aquele outro jogo contra as hermanas, no Mundial, quando ainda havia tempo no relógio e Helen deu um tapinha desesperado da linha de lances livres (para nossa sorte, ela acertou). Na seqüência, a equipe achou que o jogo já tinha acabado e permitiu uma bandeja livre da adversária (para nossa sorte, ela errou).

A guerra das emissoras

Por Fábio Balassiano

Assim como no Pré-Olímpico feminino, os canais SporTV e ESPN Brasil disputam a audiência daqueles que ainda se encantam com o basquete. Mas e no torneio masculino, como foi? O Rebote teve acesso e divulga os dados com exclusividade.

- Das cinco maiores audiências do torneio, três foram do SporTV - os jogos foram Brasil x EUA, Argentina x Brasil (semifinal) e Argentina x Brasil (2ª fase). O que diz muito sobre o valor atual da modalidade é que nenhum deles bateu sequer 1 ponto de audiência, o que na base de TV por assinatura equivale a 166.337 pessoas.

- Em 13 exibições dos dois canais no mesmo horário, em oito (62%) a ESPN Brasil teve audiência superior. Vale ressaltar que o SporTV foi mais competitivo a partir da segunda fase, quando essa relação ficou mais equilibrada.

- Na semifinal e na disputa de terceiro lugar, os canais SporTV tiveram audiência superior à da ESPN Brasil. Entretanto, na final entre EUA x Argentina, a audiência da ESPN Brasil foi ligeiramente maior à do SporTV2.

O importante é entender que, apesar de ter uma base de assinantes maior, o SporTV sofreu para se manter à frente da ESPN Brasil – em que pese a audiência superior nos três jogos acima, os mais importantes por sinal. O que não deixa de ser um bom sinal, pois os poucos fãs de basquete que ainda restam querem informação, independência e raciocínio crítico, e não perguntas puxa-saco.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Bassul estréia vencendo, mas vai ter trabalho


Alternando ótimos e péssimos momentos, o Brasil estreou com uma vitória por 72-62 sobre a Argentina no Pré-Olímpico de Valdívia, no Chile. Já foi possível perceber uma evolução tática no ataque e na defesa, mas o esquema ainda precisa de muitos ajustes. A hesitação é natural, já que este foi só o primeiro jogo oficial de Paulo Bassul à frente da equipe. Mas não faltam erros a corrigir ao longo da caminhada.

Iziane, que começou mal e forçou muitas bolas, cumpriu seu papel de cestinha e terminou com 22 pontos. No ataque, destaque também para Micaela, com 15 - a moça foi imbatível na quadra aberta, mas também fez algumas lambanças.

A surpresa positiva foi a jovem Franciele. Apesar de ter cometido erros compreensíveis para alguém de sua idade, a pivô fez bonito com um duplo-duplo - 10 pontos e 12 rebotes, a maioria num terceiro quarto animador.

Altos e baixos acontecem, mas tivemos duas quedas de rendimento muito acentuadas, no fim do primeiro período e (principalmente) no início do último. Tão lamentável quanto isso foi o aproveitamento nos arremessos de três (1/12, sendo 0/6 de Iziane) e nos lances livres (65.6%).

Tomara que, passada a tensão da estréia dupla (do torneio e de Bassul), as coisas melhorem na quinta-feira, às 17h, contra as donas da casa.

Um péssimo quarto período

No início do último quarto, Bassul fez experiências e manteve duas armadoras em quadra - Claudinha e Karla. O time caiu muito de rendimento e permitiu que a Argentina, com uma formação baixa e veloz, cortasse a diferença de 17 para seis pontos. O drama persistiu até os minutos finais. No fim das contas, vitória garantida por 72-62.

No terceiro quarto, uma bela surpresa

Além de ter feito a vantagem chegar aos 17 pontos, o Brasil tem outro fato a comemorar no terceiro quarto: a ótima atuação da jovem pivô Franciele, de apenas 19 anos, uma das apostas de Paulo Bassul. O técnico deixou a menina em quadra durante todo o quarto, e ela correspondeu plenamente, chegando a 10 pontos e sete rebotes (três ofensivos). Impressionou não apenas pelos números, mas pelo bom uso do corpo esguio e pela capacidade de não deixar a bola escapar das mãos nas disputas no alto.

No segundo quarto, baixa a poeira

Depois de um primeiro período nervoso, o Brasil colocou a cabeça no lugar. Continuou dando rebotes de graça à Argentina, é verdade, mas voltou a marcar bem. Nos últimos cinco minutos antes do intervalo, Iziane acertou a mão, Karla voltou mais calma, e o contra-ataque funcionou.

A diferença de 10 pontos (38-28) garante um vestiário mais tranqüilo.

Início muito bom e queda repentina

O Brasil começou muito bem, com uma defesa sufocante, e abriu 8-0 contra a Argentina. Chegou a botar 11 pontos na frente, mas caiu muito de produção na segunda metade do primeiro período. Iziane foi a grande decepção deste início de partida, forçando muitas bolas e errando os quatro arremessos de três que tentou. Karla, que joga com um corte no pé, também entrou muito mal, desperdiçando todos os passes. 15-12.

Vamos ver se o time engrena no segundo quarto.

Susto americano na estréia


Interessante o jogo entre EUA e Cuba, hein. Durante três quartos e meio, a seleção americana jogou muito mal. Diante da forte defesa cubana, a estrelas perderam o controle, precipitaram arremessos e permitiram bolas fáceis das rivais - principalmente da ótima Yakelyn Plutin, cestinha com 23 pontos. As duas armadoras (Sue Bird e Kara Lawson) falharam feio ofensivamente.

Tudo isso mudou na metade do último período, após um pedido de tempo. Como num passe de mágica, os EUA voltaram a ser os EUA. A defesa passou a brilhar, enquanto Parker (21 pontos), Taurasi (16), Bird (seis pontos, quatro rebotes e nove assistências) e Smith (dois tiros de três fundamentais) resolveram a parada no ataque.

Apesar da vitória por 85-79, as americanas ficaram devendo na estréia. Continuam favoritas, mas ficou claro que não são nenhum bicho-papão.

Imagens amadoras na tela

A julgar pela primeira partida, a geração das imagens da televisão vai irritar muito durante o Pré-Olímpico feminino. No jogo entre EUA e Cuba, a transmissão internacional foi de um amadorismo inacreditável. Faltaram replays, o lance livre foi sempre mostrado de um ângulo estranho, a câmera perdeu várias cestas, o placar sumia toda hora. Que coisa.

Marcelinho no Fla até dezembro de 2009


Por Fábio Balassiano

O ala Marcelinho Machado, que estava no lituano Zalgiris Kaunas, será apresentado amanhã de manhã como o maior reforço do Flamengo para a temporada 2007-08. O contrato do jogador será até o fim de 2009 (27 meses portanto), fato confirmado por Renata, esposa do atleta, por telefone, em primeira mão ao Rebote.

O site também entrou em contato com o ex-técnico do atleta, o lituano Rimantas Grigas, que confirmou o motivo da não renovação do contrato: ele disse que, apesar do bom desempenho, a equipe decidiu colocar o americano Marcus Brown na vaga de extra-comunitário para a próxima Euroliga. Mais novidades a respeito do treinador Grigas e do ano de Marcelinho na Lituânia nos próximos dias, aqui no site.

Rodrigo Alves mete o bedelho no assunto: O Estadual do Rio, pelo visto, será uma competição de mentirinha. Além do Fluminense, que vai jogar com atletas e comissão técnica do Minas Tênis Clube, o Vasco vai fazer o mesmo com o Saldanha da Gama, do Espírito Santo, e o Iguaçu repetirá a dose com os mineiros do Uberlândia. Para a torcida carioca, é bom negócio. Para o basquete do estado, é uma ilusão passageira.

Kaé


Por Fábio Balassiano

Braços longos, rápida e com potencial físico invejável. Esta é Micaela, a Kaé, que pode não saber, mas que representa perfeitamente o atual estágio do basquete brasileiro. Ela e a maioria de seus pares possuem todas as ferramentas para brilhar, e esbarram em defeitos que podem ser atribuídos ao péssimo trabalho de base que existe por aqui.

Se suas bandejas saem com fluidez devido à sua velocidade, seus arremessos de média e longa distância deixam a desejar. Com 1,80m e facilidade para os deslocamentos, chegam a ser inadmissíveis as suas inúmeras falhas nas rotações, bem como seu péssimo jogo de costas para a cesta (principalmente na defesa). Isso para ficar em dois exemplos...

Kaé, 28 anos, tem tempo e capacidade para evoluir. É jovem e agora joga sob a batuta do exigente-e-competente Paulo Bassul. Assim como as outras 11 atletas, pode provar de uma vez por todas que pertence à elite e formar uma empolgante dupla com Iziane na ala da seleção. Que comece a partir desta quarta-feira.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Americanas vencem, mas não atropelam



O jogo-treino da seleção feminina ontem, no Chile, terminou com uma previsível vitória dos EUA, mas o placar de 83-72 (37-34 no primeiro tempo) dá a entender que as americanas não tiveram tanta moleza. Candace Parker foi a cestinha delas, com 19, e Iziane comandou o Brasil com 18. A reserva Karla levou dois pontos no pé e não pôde jogar, o que deixou a seleção com apenas uma armadora (Claudinha, na foto com Katie Smith).

O técnico Paulo Bassul ficou satisfeito com o que viu:

"Foi um bom jogo. A equipe mostrou atitude durante os 40 minutos, conseguimos revezar bem as jogadoras. Ainda temos o que melhorar, mas só a forma de jogar, com garra e determinação, já valeu a partida. Agora é encerrar o assunto Estados Unidos e voltar a pensar na Argentina", avaliou Bassul, referindo-se à estréia contra as hermanas, na quarta-feira, às 20h.

Enquanto isso, do outro lado do Atlântico

O Pré-Olímpico europeu começou ontem, na Itália, com 16 seleções se estapeando por uma única vaga em Pequim. Rússia, República Tcheca, Espanha e França confirmaram o favoritismo na rodada de estréia.

As russas, atuais vice-campeãs mundiais, penaram para bater as donas da casa, com 10 pontos e nove rebotes da pivozona Maria Stepanova (na foto, com a bola), que brilhou em São Paulo no ano passado. Graças à defesa forte e ao barulho da torcida, a Itália quase aprontou, mas deu bobeira na reta final e acabou perdendo por 60-55. A Rússia volta à quadra hoje à tarde para o grande jogo da segunda rodada, contra as francesas, que derrotaram a Grécia na estréia pelo placar de 58-50.

Atuais campeãs do continente, as tchecas passaram fácil pela fraca equipe de Israel (75-43), com 16 pontos da ala Eva Viteckova - outra que se destacou no Mundial. A craque boa-praça Amaya Valdemoro anotou 17 pontos na vitória da Espanha sobre a Bielorrúsia, por 76-62

Vale lembrar que o Pré africano também está em andamento, no Senegal. Após quatro dias de jogos, Mali e Angola lideram seus grupos.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O primeiro teste das meninas no Chile



A seleção feminina já está em Valdívia, no Chile, onde treinou neste domingo. A estréia no Pré-Olímpico das Américas está marcada para quarta-feira, às 17h, contra a Argentina. O primeiro teste, no entanto, é hoje. Às 20h (de Brasília), a equipe faz um jogo-treino contra as poderosas americanas, favoritíssimas para ficar com a vaga nos Jogos de Pequim.

"O time está pronto para a estréia contra a Argentina. O ginásio é bom e a quadra é de excelente qualidade. Confrontar a seleção favorita ao título antes do campeonato nos dará uma referência objetiva quanto a nossas chances numa partida contra elas", explicou o técnico Paulo Bassul.

Boa sorte para ele e para as meninas.

sábado, 22 de setembro de 2007

A novela Kátia e o estranho acordo

A Folha de S.Paulo publicou na sexta-feira mais um capítulo da novela sobre a pivô Kátia. Na reportagem de Adalberto Leister Filho, a jogadora ameaça processar a CBB pelo corte no Pan. Alega que, na época, houve um acordo para que fosse divulgado que ela sairia por problemas pessoais, e não pelo verdadeiro motivo - irregularidade nos batimentos cardíacos:

"Assinei um papel. Tenho cópia. Mas, logo após deixar a concentração, recebi telefonema da imprensa questionando sobre a arritmia. Eles me prejudicaram. Quase perdi meu contrato aqui na Espanha por causa da repercussão da história."

Então deixa ver se eu entendi. A jogadora queria manter em segredo o problema cardíaco para não atrapalhar o contrato na Espanha, é isso? Vale lembrar o que ela própria declarou na época: "Se eu tiver que morrer na quadra, vou morrer feliz. Mesmo que, por algum motivo, eu não seja curada, vou continuar jogando. Nada vai me levar a ganhar o dinheiro que ganho no basquete."

Sobre o tal "acordo", lembro que a notícia chegou às redações não pela CBB, mas pelo COB, com parecer do médico João Olyntho Machado Neto: "Julgo, fundamentado na atual literatura científica, que a atleta não deve se envolver no momento com a prática de basquete competitivo".

Diante de uma jogadora com histórico de problemas no coração, o que a Confederação deveria fazer? Mantê-la na equipe e arriscar uma tragédia? Vivo criticando a CBB, mas desta vez não há como culpar a instituição, que acertou ao seguir o parecer de um médico. Vendo a situação de fora, as declarações apontam muito mais para uma atitude inconseqüente de Kátia do que para erro ou excesso de zelo dos dirigentes.

Americanas prontas para a briga

Após duas vitórias sobre uma desfalcada Austrália, a seleção dos EUA fechou seu elenco de 12 para o Pré-Olímpico de Valdívia, no Chile, que começa nesta quarta-feira. A universitária Candice Wiggins, que esteve no Pan do Rio, fica como uma espécie de 13ª jogadora, pronta para qualquer emergência - até porque Seimone Augustus se machucou. Confira a lista:

Diana Taurasi (Phoenix Mercury)
Cappie Pondexter (Phoenix Mercury)
<< Sue Bird (Seattle Storm)
Katie Smith (Detroit Shock)
Swin Cash (Detroit Shock)
Rebekkah Brunson (Sacramento Monarchs)
Kara Lawson (Sacramento Monarchs)
Tina Thompson (Houston Comets)
Seimone Augustus (Minnesota Lynx)
DeLisha Milton-Jones (Washington Mystics)
Courtney Paris (University of Oklahoma)
Candace Parker (University of Tennessee)

As duas últimas são universitárias, sendo que Candace Parker jogou o Mundial do ano passado, em São Paulo, e foi um dos destaques da equipe. Por mais que as outras seleções se esforcem, será muito difícil tirar a vaga dessas moças. E vale lembrar que segundo, terceiro e quarto colocados se classificam para o Pré-Olímpico Mundial, no ano que vem.

Hermanas não chegam a assustar

A Argentina vai ao Pré-Olímpico feminino com apenas uma mudança em relação ao time que disputou o Pan - e só conseguiu ganhar da Jamaica. Sai a ala Alejandra Chesta, entra a jovem pivô Melina Cejas, que jogou quatro anos na Universidade de Las Vegas e só não estreou antes pela seleção por causa de lesões. Chesta, Cecilia Limeira e Carolina Sanchez não chegaram a um acordo financeiro com a confederação e decidiram permanecer em seus clubes na Europa. A ótima Gisela Vega, destaque no Mundial, optou por não defender a seleção este ano. Confira a lista:

Laura Nicolini (armadora)
Valentina Maggi (armadora)
<< Marcela Paoletta (armadora)
Marina Cava (ala-armadora)
Paula Gatti (ala-armadora)
Sandra Pavon (ala)
Anastasia Saenz (ala)
Celeste Cabanez (ala)
Alejandra Fernandez (pivô)
Melina Cejas (pivô)
Constanza Landra (pivô)
Florencia Fernandez (pivô)

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Entrevista: Nenê fala sobre o Pré-Olímpico

Peço desculpas pelo texto longo, mas é por um bom motivo. Vinte dias após o fracasso brasileiro no Pré-Olímpico, Nenê fala ao Rebote sobre a campanha em Las Vegas. Em entrevista por e-mail, o pivô do Denver rebate as críticas de Oscar, comenta as declarações do ala Marquinhos e avalia as mudanças na comissão técnica da seleção.

- REBOTE - Logo após o Pré-Olímpico, Oscar fez duras críticas a você, alegando que você não treinou o suficiente para a competição, estava fora de forma e deveria ter voltado ao banco para torcer após ter se machucado na semifinal contra a Argentina. O que tem a dizer sobre essas críticas?
- NENÊ - Deixei a quadra sentindo muitas dores e fui para o vestiário. Não conseguia pisar, não conseguia pôr o pé no chão, e é chato ouvir que acham que fui omisso. Como eu não daria importância a uma partida que valia vaga olímpica? Minha vontade era voltar para a quadra, mas não consegui, e aquilo me deixou triste, porque voltei à seleção brasileira para jogar "aquele" jogo, para ver o Brasil em Pequim, e a contusão me parou.

- E por que você não voltou para o banco?
- Não havia um par de muletas para que eu pudesse sair do vestiário, eu estava nervoso, o presidente da CBB estava lá comigo e o máximo que pude fazer foi orar pela equipe. Esperei muito por aquele momento, por aquele jogo. Acabei deixando o ginásio em cadeira de rodas junto com a equipe, decepcionado, e vi gente falando muitas coisas sem estar lá, fazendo julgamentos errados sobre mim e sobre a equipe, sem acompanhar o que aconteceu em Las Vegas. Quem estava lá viu tudo o que aconteceu. Abri mão de muitas coisas, muitas vezes deixei de fazer a minha função, joguei fora de posição para poder ajudar, estava a serviço do Brasil e disposto a qualquer sacrifício. Não quero ficar alimentando polêmicas. Falaram muitas coisas, antes, durante e agora, como o Oscar e alguns jornalistas, que fizeram críticas a mim. Respeito a opinião de todos, mas foram infelizes e injustos nos comentários.

- Oscar alega que você treinou pouco e, por isso, se contundiu.
- Falar que me contundi por falta de preparação, por falta de treino, é falta de informação. Disputei nove jogos em 10 dias, e me machuquei no último. Se estivesse realmente mal preparado, não teria conseguido jogar nem mesmo o segundo. Muita gente que acha que entende do basquete falou coisas erradas, que só ajudam a afundar ainda mais o nosso esporte.

- As declarações do Marquinhos na véspera da semifinal contra a Argentina foram verdadeiras? O grupo de jogadores se voltou contra a comissão técnica?
- Não entendi bem o que aconteceu, eu soube lá em Las Vegas das declarações do Marquinhos e acho que ele foi infeliz. Ele estava com a gente e fiquei surpreso quando soube o que falou na volta ao Brasil. Não houve racha, não houve problemas com a comissão técnica.

- O que pesou, então, para o Brasil ter fracassado em Las Vegas?
- Perdemos o jogo que não podíamos perder. Tivemos uma chance de garantir a vaga e não conseguimos, mas ainda temos uma chance de disputar as Olimpíadas e é para isso que vamos ter que trabalhar agora. Esse tem que ser o nosso objetivo, e é nisso que temos que pensar. Temos que corrigir algumas coisas, aprender e tirar lições do Pré-Olímpico dos EUA, porque teremos pouco tempo juntos para treinar antes do Pré mundial e não poderemos mais cometer erros.

- A comissão técnica foi muito criticada durante a campanha. O que achou da saída de Lula Ferreira e seus assistentes?
- Eles fizeram o possível, não faltou empenho. Lula fez o melhor que pôde. Vi que houve uma reunião entre a CBB e a comissão técnica, e eles resolveram esta situação, então não há muito o que falar. Agora, o mais importante é dar apoio à comissão técnica que vem, porque todos precisam estar juntos e unidos para conseguirmos a vaga olímpica. As críticas são bem-vindas quando são construtivas. Falar mal só por falar não ajuda nada.

- O presidente da Confederação já confirmou que o novo técnico será estrangeiro. Esse é o melhor caminho agora?
- Ainda não estou sabendo nada de oficial sobre isso, mas essa decisão cabe somente à CBB. Sempre defendi a contratação de estrangeiros para que o nosso basquete possa evoluir, acho que precisamos disso. O intercâmbio é importante, e temos muito a aprender com as escolas estrangeiras, Europa e Estados Unidos. Temos bons técnicos no Brasil, que podem crescer ainda mais com esse contato com treinadores de escolas que vêm tendo resultados. Defender a vinda ou a permanência de profissionais estrangeiros nesse momento não é ser contra os técnicos que temos aqui, não é ser contra o basquete brasileiro. É reconhecer que outros países estão à nossa frente, e podemos aprender com eles.

- Você pretende jogar o Pré Mundial? O fato de ter se lesionado em Las Vegas pode dificultar a sua liberação pelo Denver Nuggets?
- Quero e vou jogar o Pré mundial. Tive uma contusão como qualquer outro jogador poderia ter se contundido, isso não será problema. Desde que a CBB pague o seguro, cumpra todas as exigências e ofereça as garantias ao Denver, não haverá problema algum.

Três pontos pós-Europeu

1) Após uma breve hesitação, Pepu Hernández renovou por dois anos seu contrato com a Espanha. Vai embolsar 300 mil euros por cada temporada. A quantia chega a ser risível se comparada aos medalhões da NBA.

2) Campeão e destaque individual do Europeu, o russo Andrei Kirilenko não quer mais jogar pelo Utah Jazz, insatisfeito com o técnico Jerry Sloan. Mas vai ser difícil achar alguém disposto a entubar seus US$ 63 milhões.

3) Técnico de Kirilenko na seleção, o americano David Blatt brincou sobre o fato de os chefes de Estado geralmente darem parabéns aos treinadores após grandes conquistas: "Não sei se Vladimir Putin tem meu telefone..."

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Vem aí o Flu-Minas


Por Fábio Balassiano

O Fluminense, do Rio de Janeiro,
e o Minas Tênis Clube devem assinar na tarde desta quarta-feira um acordo para o Campeonato Estadual do Rio de basquete. O clube mineiro, comandado por Flávio Davis, ex-assistente da seleção (na foto), cederá jogadores e comissão técnica para disputar a competição com as cores do tricolor carioca. Uma reunião entre as duas equipes e a Federação do Rio sela a parceria.

- Existe sim a possibilidade da parceria, que deve ser firmada ainda hoje no Rio, após encontro de dirigentes das duas partes e da Federação local - afirma Ronaldo Inácio, assessor do Minas, em primeira mão ao Rebote.

Em verdade, apenas assuntos burocráticos faltam ser acertados pelas partes, mas as bases já foram discutidas e finalizadas.

Gregolândia


Por Fábio Balassiano

As declarações que Grego deu ao jornalista Claudio Nogueira, do Globo, são patéticas. De útil, só a garantia de que teremos técnico estrangeiro. De resto, peneiras para tapar a crise, sem esperança de qualquer mudança estrutural. O presidente cita outros países que tiveram insucesso na Euro (Itália, França e Sérvia) como desculpa para o fracasso nacional, esquecendo da concorrência no velho continente. Afirma que não viu "nada demais" em seleções como Grécia, Croácia, Alemanha e Eslovênia. É necessário estar muito "antenado" para não enxergar nenhuma diferença técnico-tática entre estes e o time brasileiro.

Grego prova, mais uma vez, que além de péssimo dirigente é um péssimo observador do jogo. E finaliza dizendo que vários treinadores enviaram currículos para o posto - o que, ao meu ver, é um absurdo só, pois não é assim que se escolhe alguém para o cargo mais importante de um time masculino. Se a esperança de alguns era de mudança, é melhor que ela se dissipe rápido. No máximo, teremos um técnico gringo e nada mais. Viva, Grego!

Rodrigo Alves mete o bedelho no assunto: Grego diz ainda que vai escolher o treinador "até dezembro, para que em janeiro ele já trabalhe". Ok, sem pressa. Daqui a pouco chega o Natal, aí já viu, né, aquela correria de fim de ano... melhor deixar mesmo para 2008. Afinal, não há nenhuma urgência na situação, estamos navegando em águas calmas...

As palavras de Deng


Por Fábio Balassiano

"Foram meus primeiros jogos na Inglaterra desde a minha ida para Duke. As instalações eram modestas, o público era pequeno (uns 300, acho), mas tive orgulho de defender o uniforme inglês. É um privilégio jogar pelo seu país. Não importa em que nível de competição, porque quando você está com a camisa do seu país só existe um sentimento: orgulho".

"Não quero que ninguém em Chicago diga que meu verão foi estafante, que estou esgotado. Tudo o que passei por aqui foi positivo - a atenção que me deram e a liderança que exerci. Nunca tinha acontecido comigo. Depois da temporada com os Bulls, passar por isso é apenas mais um passo para eu me tornar mais maduro e responsável, eu só tenho a agradecer".

As palavras são de um jogador que nasceu no Sudão, mas escolheu a Inglaterra como seu país. Estas e outras declarações de Luol Deng estão no blog que ele fez para a ESPN. Sem dúvida que cargas táticas, disciplina e organização fazem diferença. Mas o amor/orgulho que Deng demonstrou ao defender a camisa inglesa impressiona. Não à toa, o ala ajudou a classificar a seleção à divisão principal do Europeu em 2009.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Katião de volta


Por Fábio Balassiano

Lembram-se da polêmica envolvendo o corte da brasileira Kátia Regina, popularmente conhecida como Katião, dos Jogos Pan-Americanos devido a um problema cardíaco? Pois é, mais um capítulo se deu na manhã desta terça-feira, quando o Zaragoza Mann Filter, novo clube da brasileira na Espanha, liberou a atleta para a próxima temporada, após uma bateria de exames.

Não sou médico, mas algumas perguntas cabem: 1) Por que uma atleta pode jogar na Espanha, e não pela seleção? 2) Não será arriscado colocar uma jogadora que, segundo os médicos da CBB, tem um problema cardíaco?

Atual campeão espanhol, o Perfumería Salamanca, seu ex-clube, já havia detectado o que a Confederação Brasileira confirmou cerca de um ano depois, mas disse que não havia risco para Katião (que é pelo que se baseia o Zaragoza). É uma situação no mínimo estranha...

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

A bendita subversão da Guerra Fria

O desfecho do Europeu é um desses momentos que fazem do basquete um esporte tão fascinante. A Rússia, que vinha em decadência e sequer disputou o Mundial em 2006, levanta a taça de forma heróica, sob o comando de um técnico... americano. Não faz muito tempo, vocês sabem, que os Estados Unidos chamavam a União Soviética de "Império do Mal". Para completar a ironia, a roubada decisiva e a cesta do título vieram pelas mãos de... outro americano, numa bola que quicou no aro, subiu até o topo da tabela e caiu mansa na rede. Em seguida, Pau Gasol teve a chance de fazer o ginásio explodir, mas seu belo arremesso chorou caprichosamente e não entrou. Ainda não viu as imagens? Aí estão:


Os asiáticos são Líbano e Coréia do Sul

O leitor Hélio Freitas tem razão no comentário que deixou ali na caixinha. Os representantes da Ásia no Pré-Olímpico Mundial são Líbano e Coréia do Sul, e não Síria e Catar, como eu tinha escrito aqui. Fui na onda de uma reportagem na internet e me dei mal. O Irã, campeão asiático, já está em Pequim. Os libaneses ficaram em segundo e os coreanos, em terceiro. Não muda muito a nossa vida, mas está feito o registro.

Escolha a sua receita



Dá só uma olhada em alguns campeões do ano passado para cá:

Espanha no Mundial masculino, Austrália no feminino, San Antonio Spurs na NBA, Panathinaikos na Euroliga, Estados Unidos no Pré-Olímpico das Américas, Rússia no Pré Europeu, Phoenix Mercury na WNBA.

Sete equipes e um cardápio variado de estilos.

Ou seja, num esporte em que a tática tem peso inegável, não há modelo obrigatório. A única coisa obrigatória é ter competência para meter a mão na sacola de estratégias e escolher a mais adequada, com todas as suas variações. Para isso, claro, é preciso conhecimento. Tomara que seja o caso da próxima comissão técnica da seleção brasileira.

domingo, 16 de setembro de 2007

Onde é que a gente foi se meter?



O pensamento aí no título é do leitor Rodolfo, exposto na caixinha de comentários, mas provavelmente resume o temor de todos nós.

Com a medalha de bronze para a Lituânia no Europeu - e a vaga em Pequim assegurada, ao lado de Espanha e Rússia, já estão definidos os nossos 11 adversários no Pré-Olímpico Mundial do ano que vem. São eles:

Grécia, Alemanha, Croácia, Eslovênia, Porto Rico, Canadá, Nova Zelândia, Camarões, Cabo Verde, Síria e Catar.

Um mês antes dos Jogos, em local ainda não definido (o Rio é candidato), as 12 seleções vão brigar pelas três vagas restantes. Se a repescagem fosse hoje, a chance do Brasil seria praticamente zero. Com a chegada do novo técnico, tomara que as coisas melhorem. Mas não dá para negar que a pergunta continua de pé: onde é que a gente foi se meter?

sábado, 15 de setembro de 2007

As explicações de Paulo Bassul

Por e-mail, o técnico da seleção feminina, Paulo Bassul, explica aos leitores do Rebote por que cortou a pivô Kelly e como vai lidar com o fato de só ter uma armadora de ofício - Claudinha - no elenco. A palavra é dele:

As armadoras - "Claudinha realmente é especialista na função, e a Karla (foto) também jogou muitos anos em categorias de base como armadora. Para falar a verdade, não pretendo usá-la nem um pouco como lateral, ela está indo como armadora mesmo. A Karen, ao contrário, funciona muito melhor na posição 2 do que na 1, e só atuará nesta função numa emergência (contusão de uma das duas etc...)."

O corte de Kelly - "Na hora de convocar a seleção, levo em conta tanto o histórico das atletas quanto sua performance atual. Já na hora de definir o grupo para disputar a competição e também o time base, passo a levar em conta tão somente o momento atual da jogadora, não me apegando a nomes. A grande verdade é que a Kelly (foto) não atravessa um bom momento. Se eu levasse em conta seu histórico, obviamente ela estaria em vantagem sobre algumas atletas que ficaram na lista. Estamos tentando implantar uma filosofia de jogo agressiva e, para tanto, necessitamos de jogadoras atléticas, bem fisicamente. Neste quesito, ela está deixando a desejar. Gostaria imensamente que este corte despertasse novamente a atitude que admirava nela nos anos em que trabalhamos juntos na base. Kelly precisa voltar a se dedicar de corpo e alma ao basquete e não tenho dúvida que, desta forma, será extremamente útil para a seleção."

Rússia garante a vaga em Pequim


A vitória por 86-74 sobre a Lituânia, neste sábado, com 29 pontos e oito rebotes de Andrei Kirilenko, garantiu à Rússia não apenas a vaga na final do Europeu, mas também - e principalmente - o passaporte para Pequim. No domingo, a equipe decide o torneio continental com a Espanha, que assegurou a ida às Olimpíadas ao faturar o título mundial em 2006.

Ainda está aberta uma vaga para os Jogos de 2008, que será do terceiro colocado no torneio - Lituânia e Grécia decidem a parada amanhã, num confronto que tem tudo para ser espetacular.

Quem perder esta partida terá outra chance de se classificar, no Pré-Olímpico Mundial, ao lado de mais três seleções européias: Croácia, Alemanha e a vencedora do duelo entre Eslovênia e França, no domingo.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Bassul corta Kelly e fecha o grupo de 12


O técnico Paulo Bassul fechou nesta sexta-feira o grupo de 12 jogadoras para o Pré-Olímpico de Valdívia, no Chile, de 26 a 30 deste mês. Assim como aconteceu no Pan-Americano, o elenco só tem uma armadora de ofício - no Pan era Adrianinha, agora é Claudinha. Para quem pretende usar uma rotação intensa, caso de Bassul, a notícia parece preocupante. Mas o treinador deve ter feito testes durante os treinamentos, e poderá usar outras atletas na posição 1.

A surpresa é o corte de Kelly, um dos destaques nos Jogos do Rio. No lugar dela, entrou a jovem ala-pivô Franciele (foto), de apenas 19 anos.

Falei ainda há pouco com o Bertrand Rodrigues, que comanda o ótimo blog Painel do Basquete Feminino. Ele esteve em alguns treinos e amistosos da seleção em São Paulo, e ficou otimista com o que viu, principalmente na defesa. Como eu estou no Rio e não pude conferir ao vivo, confio na opinião do Bert, que entende muito do negócio.

Confira aí a lista completa:

Armadora: Claudinha.

Laterais: Iziane, Micaela, Karen, Karla, Chuca e Tatiana.

Pivôs: Êga, Franciele, Grazi, Ísis e Mamá.

O melhor jogo do Europeu


Por Fábio Balassiano

Grécia e Eslovênia (do excepcional Smodis) fizeram, na tarde desta sexta-feira, a melhor partida do Europeu até agora. Quem acompanhou viu o que há de melhor na modalidade: variação tática, jogadas bonitas, inteligência e emoção, muita emoção. Faltavam 2:40 quando o esloveno Lakovic cravou uma bola de três, abriu 12 pontos de vantagem e praticamente selou a vitória. Praticamente. Com uma reação sensacional, os gregos fizeram 14-1 no pouco tempo que restava (Papaloukas, o homem da foto, foi fundamental com cinco pontos e a cesta decisiva a sete segundos do fim). A equipe virou o jogo e se classificou para as semifinais, onde o adversário será a Espanha.

O confronto marca um tira-teima entre o atual campeão do continente, a Grécia, e o campeão mundial, a Espanha. Na outra semifinal, Lituânia e Rússia jogam por dois passaportes: o da final e o olímpico. O mais legal é que estarão em quadra quatro estilos de jogo completamente diferentes.

A não-tática


Por Fábio Balassiano

Paulo Menezes está coberto de razão na caixinha ao falar que não existe novidade tática no Europeu. De fato, curls (pêndulos à la Reggie Miller) e high-lows (passe entre pivôs), entre outros, não são novos. Mas, e este é verdadeiramente o problema, o Brasil não possui sistema algum - nem organização e distribuição e leitura de jogo. Isso é que faz a diferença. Independente desta ou daquela opção, é necessário ter alguma (ofensiva ou defensiva).

Sou daqueles que defendem uma forma "nossa" de jogar, desde que adequada ao basquete que é praticado em todo o mundo (valorizando a bola, com coberturas eficientes na defesa e movimentação fluída no ataque). A Espanha joga com dois armadores e três alas, favorecendo a velocidade, as trocas de posições no ataque e as coberturas na defesa. Por outro lado, a Lituânia abusa do jogo físico no garrafão para facilitar os chutes de fora dos arremessadores. São formas táticas diferentes. Na seleção brasileira, até agora, o que vimos é a não-tática.

Pode ser o sistema de triângulos, motion offense, flex, não importa.

O que importa é ter alguma.

Já tem brasileiro na terra das Olimpíadas



Leandrinho está em Pequim. Não do jeito que a gente esperava, com a vaga olímpica dentro da bagagem, mas o motivo é igualmente nobre. O passaporte, que não veio no torneio em Las Vegas, foi garantido há seis meses, nos Estados Unidos. Na partida entre Suns e Rockets, no dia 12 de março, o brasileiro saiu do banco, fez 32 pontos e pegou oito rebotes.

Naquele jogo, Steve Nash chamou Yao Ming para uma conversa.

O armador do Phoenix disse ao pivô do Houston que tinha se informado sobre áreas pobres da China e estava disposto a fazer algo pela população de lá. Os dois decidiram, então, montar uma excursão ao país com o objetivo de recolher fundos para crianças carentes. Recrutaram outros sete jogadores da NBA, incluindo Carmelo Anthony, Baron Davis e o nosso Leandro. A turma chegou por lá nesta quarta-feira, aniversário de Yao.

A turma de 2007 no Hall da Fama da Fiba



Aí está a imagem dos homenageados, na Espanha. Sentados, Amaury Pasos (de calça clara) e Hortência. O quinto em pé é ninguém menos que o lendário Bill Russell. Clique na imagem para vê-la em tamanho maior.

Quem são os candidatos na seleção?

A coluna "Painel FC" desta quinta-feira, na Folha de S.Paulo, afirma que Grego vai mesmo contratar um estrangeiro para a seleção. Segundo o jornal, há três nomes cotados. Um deles é o do croata Zeljko Pavlicevic, citado na terça-feira pelo Balassiano. Os outros dois são espanhóis:

Moncho López - Iniciou a carreira de técnico aos 17 anos, no colegial. Antes de completar 30 anos, começou a trabalhar na federação da Espanha, levando a seleção B ao título dos Jogos Mediterrâneos de 2001. No ano seguinte, substitui Javier Imbroda na equipe principal. Em 2003, ganhou a prata no Europeu, após perder a final para a Lituânia. Três meses antes das Olimpíadas de Atenas (2004), López deixou a seleção para dirigir o Leite Río Breogán, onde ficou até 2006. Em fevereiro deste ano, assumiu o Caja San Fernando. Levou o time à 13ª posição da Liga da Espanha (14 vitórias e 20 derrotas), e foi demitido ao fim do campeonato.

Manel Comas - Apelidado de "Xerife", por causa do temperamento explosivo, dirigiu 11 equipes diferentes na liga nacional da Espanha. Levou o DKV Joventut ao título da Copa Korac em 1981 e conquistou a Copa do Rei (1995) e a Copa da Europa (1996) à frente do Taugres Vitoria (hoje Tau Cerámica). Trabalhou como comentarista de basquete e escreveu Baloncesto, más que un juego, uma coleção de 20 livros sobre a modalidade. Seu último clube foi o Caja San Fernando, onde ficou até fevereiro. Foi demitido e deu lugar a... Moncho López, nosso amigo ali de cima.

Ainda não foi desta vez


O pessoal da caixinha já levantou a bola, mas não custa registrar dois casos recentes - e dolorosos - de lesões. Pela terceira vez, Alex se viu forçado a abortar o sonho da NBA por causa de um problema físico. O ala-armador sofreu uma lesão muscular no primeiro treino com o San Antonio Spurs. Incrível a falta de sorte do jogador, que já tinha vivido situações semelhantes no New Orleans Hornets e no próprio San Antonio. Guerreiro, habilidoso e bom defensor, Alex poderia se dar bem nos EUA. Realmente, é uma pena.

Outra notícia triste foi a cirurgia de Greg Oden, que deve deixá-lo fora de toda a temporada 2007-08. Depois de superar o problema no pulso e a amigdalite, o primeiro escolhido no draft foi derrotado pela operação no joelho direito. Não chega a ser novidade, mas também é uma pena.

Brasileiros eternizados


Com uma cerimônia em Madri, nesta quarta-feira, a Fiba abriu oficialmente seu Hall da Fama, com 20 nomes, entre jogadores, técnicos e árbitros. O Brasil está na lista com a Rainha Hortência, o ex-craque Amaury Pasos (foto) e o nosso técnico bicampeão mundial, Togo Renan Soares, o Kanela (1906-1992). Por conta da nomeação, Amaury deu outro dia uma bela entrevista ao repórter Abel Neto, na Globonews. Sua lucidez bem que podia ser aproveitada de alguma forma por quem comanda o basquete brasileiro hoje. Espero que ele e Grego tenham conversado na viagem à Espanha. Ou será que estou esperando demais?

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Três pontos

Por Fábio Balassiano

1) Um dos nomes pensados por Grego para assumir a seleção é o do croata Zeljko Pavlicevic, que dirigiu o Japão no Mundial de 2006 e chegou em 18°, atrás do Brasil. Ele é tricampeão europeu, duas vezes com o Cibona de Drazen Petrovic e outra com o Split de Toni Kukoc. Treinou ainda os espanhóis Ferrol e Vitoria, o grego Panathinaikos e o iugoslavo Crvena Zvezda.

2) Falando em Europa, salta aos olhos o desempenho da até então única invicta Eslovênia (que relegou a Alemanha de Nowtizki a absurdos 47 pontos) e o da Rússia, que conta com os americanos naturalizados Holden (na armação) e David Blatt (o competente técnico). No Brasil, fala-se na naturalização do não menos americano Shammel...

3) Pela primeira vez em muito tempo, nenhum membro da comissão técnica da seleção estará presente no campeonato Paulista. Neto e Lula ficarão de fora. O Rio Claro de Guerrinha também. A competição terá apenas ex-treinadores do Brasil (são dois, Hélio Rubens e Mortari).

Começa o Paulistão


Por Fábio Balassiano

Começa nesta quarta-feira o Campeonato Paulista de basquete. Nezinho é o maior reforço do Assis na busca pelo título inédito. Juntam-se a ele o "estatístico" Ricardo Probst e o arremessador Jorginho - Alex, caso não acerte com os Spurs, deve integrar o time de Marco Aga. Com Márcio Dornelles e Cipriano, Franca, que perdeu Murilo, surge para defender seu título como a grande favorita.

Outra que vem forte é Limeira, do técnico Zanon. Renato, Arnaldinho, Edu, Rodrigo Bahia e Guilherme Teichmann formam um bom quinteto. Sem Neto no comando pela primeira vez (entrou João Marcelo Leite), o Paulistano enxugou o elenco e trouxe Fúlvio e Bruno Fiorotto. E falando em treinadores, Claudio Mortari está de volta, comandando o projeto do Ulbra/São Bernardo.

Minha opinião é que dificilmente Franca e Assis deixarão de repetir a última final - Limeira, caso se entrose rapidamente e conquiste o mando de quadra para as semifinais, seria a "zebra". Mais que o resultado, vamos ver se os treinadores e dirigentes aprenderam algo com os sucessivos desastres da seleção.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Três pontos pelo mundo

1) Como já era mais do que esperado, as defesas reinam no Europeu. Até agora, foram 33 jogos, e nenhuma seleção conseguiu passar dos 100 pontos. A invicta e surpreendente Eslovênia (sem Nachbar, Udrih, Brezec e Milic) fez menos de 70 em três de suas quatro vitórias.

2) Manu Ginóbili, que optou por não roer o osso no Pré-Olímpico das Américas, agradeceu aos companheiros que ralaram em Las Vegas e já se disse pronto para saborear o filé mignon nos Jogos de Pequim: "Eles me deram a oportunidade de defender a medalha de ouro".

3) O técnico do Canadá, Leo Rautins, já desenhou um cenário perfeito até meados de 2008: Vancouver ganha o direito de sediar o Pré Mundial, a seleção se classifica para a Olimpíada, "e então nós teremos condições de oferecer a Steve Nash a oportunidade de jogar com os caras mais talentosos que ele já viu num uniforme canadense". A conferir.

Choque de gestão


Paulo Bassul pegou a seleção feminina após o Pan. Desde então:

- Conversou com Érika e abriu mão da pivô, porque ela não teria tempo para entrar em forma, ganhar ritmo e se entrosar com o resto do time antes do Pré-Olímpico de Valdívia. A atleta, em contrapartida, firmou o compromisso de largar a WNBA em 2008 para se dedicar à seleção.

- Trocou os amistosos contra as babas das Américas por jogos-treinos contra equipes de base masculinas, capazes de oferecer resistência física às meninas.

- Convocou revelações das categorias de base (são raras, nós sabemos) e deu moral a elas nos treinos. A pivô Franciele e a ala Izabela, por exemplo, aproveitaram bem a chance e se destacaram.

- Nos quatro amistosos, preocupou-se em testar formações e variações táticas. Tanto que começou cada período com um quinteto diferente.

- Deu praticamente o mesmo tempo de quadra para todas as jogadoras. Ninguém atuou por menos de 15 ou mais de 25 minutos.

- Deixou claro que não basta ter nome para garantir vaga: "'Às vezes você tem uma excelente jogadora que está num mau momento, sem condição física. Aqui não há direito adquirido. Se não está bem, não continua".

- Alguém aí tem saudade do Barbosa?

domingo, 9 de setembro de 2007

O representante brasileiro


Por Fábio Balassiano

Aconteceu neste fim de semana em Madrid, paralelamente ao Europeu de seleções, uma clínica internacional para treinadores. Foram escolhidos quatro representantes da classe: o sérvio (ou seria eslavo?) Zeljko Obradovic, do Panathinaikos; o coordenador de basquete do Real Madrid, Lolo Sainz; o técnico do DKV Joventut, Aíto García Reneses; e o argentino Ruben Magnano, campeão olímpico em 2004, agora contratado a peso de ouro pelo Cajasol de Sevilla.

O programa foi eclético. Na sexta-feira, Lolo abriu os trabalhos falando sobre transição depois do lance-livre recebido, enquanto Aíto Garcia teorizou sobre a defesa por pressão 1-3-1 por toda quadra. No dia seguinte, Obradovic explicou como se joga contra defesas por zona. Seguiu-se a ele nova palestra de García, sobre os segredos do ataque dentro do garrafão. Hoje, domingo, o sérvio falou sobre como defender o garrafão, e Magnano falou sobre situações especiais de ataque e defesa.

Ao contrário do que pensamos, o Brasil não ficou sem representante por lá. Lula Ferreira, agora desempregado, não foi. Guerrinha, tampouco. Flávio Davis, nem pensar. Humm... sim, ele mesmo. Por conta da indução de Kanela ao Hall da Fama, Grego, o representante do falecido treinador, recebeu convite para aparecer. Se ele foi, se ele aprendeu, o que aprendeu, são as perguntas que não serão respondidas, evidentemente. Uma, porém, precisa de esclarecimentos: por que nenhum outro brasileiro acompanhou o presidente da CBB nesta excursão à Espanha?

sábado, 8 de setembro de 2007

Cada um com a sua bandeira


Oscar cobra a importação de um eslavo e alega que eles inventaram o "antijogo" vitorioso de hoje. Muita gente defende a investida num espanhol, num argentino, num americano, num grego - ops, grego não. Afinal de contas, são as escolas que dominam o basquete. Queria, então, deixar bem claro: minha preferência por um técnico estrangeiro tem menos a ver com escola e mais com competência.


Em essência, a gente precisa de um treinador que seja... bom.

O que importa é que tenha boa carga tática, que esteja atualizado e que consiga administrar/cortar os mimos de alguns jogadores. Pela falta de opções de alto nível em terreno doméstico, prefiro um gringo. Eslavo, argentino, espanhol, não importa. Desde que seja competente.

O problema, claro, é a resistência. Profética foi a frase de Emmanuel Bomfim, logo após o Pré-Olímpico, em entrevista a Flávia Motta, no Globoesporte.com: Segundo ele, a chegada de um estrangeiro "pode encontrar sérias restrições. Os caciques aqui não são fáceis."

E não são mesmo.

Tanto que a idéia já vem sendo bombardeada por todos os lados.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Lula não é mais o técnico da seleção

Era mesmo inevitável. Após uma reunião nesta quinta-feira, na sede da CBB, ficou decidido que Lula Ferreira não é mais o técnico da seleção.

Lula: "Realmente, tanto eu como a CBB chegamos à conclusão de que o melhor seria encerrar esse ciclo de trabalho porque o objetivo era a vaga olímpica em Las Vegas. Aproveito para agradecer à entidade, que confiou no meu trabalho, aos profissionais da comissão técnica (Flávio Davis, Jorge Guerra, José Neto e Clóvis Franciscon), que sempre estiveram ao meu lado, e aos jogadores que acreditaram no nosso trabalho. Gostaria de pedir à comunidade do basquete brasileiro que crie um ambiente favorável e apóie o novo técnico a ser escolhido pela CBB. Essa união é muito importante para o sucesso do basquete brasileiro. Tenho plena certeza que o Brasil vai disputar a Olimpíada de Pequim."

Grego: "Foi uma decisão de consenso, e ambas as partes pensaram no melhor para o basquete brasileiro. Quero agradecer ao Lula, que é um excelente profissional, e dizer que tivemos um ótimo convívio nesses quatro anos e meio. Também agradeço à comissão técnica pelo seu empenho e dedicação."

Três pontos sobre ligas americanas

1) O habilidoso Danilo Pinnock Jr, destaque da seleção panamenha no Pan e no Pré-Olímpico, foi o primeiro escolhido no draft de expansão da Liga de Desenvolvimento da NBA. Vai jogar pelo Rio Grande Valley Vipers.

2) O canadense Olu Famutimi segue pelo mesmo caminho: o ala foi selecionado pelo Fort Wayne Mad Ants. Outras duas equipes entram
na D-League este ano: Utah Flash e Iowa Energy.

3) Pela segunda vez seguida, a australiana Lauren Jackson, do Seattle Storm, foi eleita MVP da WNBA. A final da liga feminina começou ontem, e o Detroit Shock (atual campeão) abriu 1-0 sobre o Phoenix Mercury.

O homem que o Brasil jantou em 1987


O ex-craque Oscar Schmidt virou assunto quase obrigatório na caixinha pelo que vem falando fora da quadra. Permitam que eu volte aos tempos em que o Mão Santa brilhava dentro dela. Nesta semana, aproveitando os 20 anos do ouro histórico no Pan de Indianápolis, bati um papo por e-mail com Denny Crum, técnico da seleção americana naquela partida. Dono de uma carreira vitoriosa pela Universidade de Louisville, ele fala sobre o jogo de 1987, as mudanças no basquete dos EUA e o aprendizado com John Wooden.

REBOTE - Quais são suas lembranças daquela partida no Pan de Indianápolis? A derrota ainda o incomoda?
DENNY CRUM - Eu me lembro de Oscar Schmidt acertando todos os arremessos de longa distância. Mas eu nunca fico muito animado com uma vitória ou muito chateado com uma derrota. Já que não dá para mudar o resultado, o jeito é aprender com aquela situação e seguir em frente.

- O que foi mais importante para o Brasil naquele jogo?
- A pontaria nos chutes de três pontos foi o mais importante para eles. A gente tinha acabado de adotar a linha de três no basquete dos Estados Unidos, então a equipe ainda não tinha muita experiência naquilo.

- Você revezou Ricky Berry, Willie Anderson e Fennis Dembo na marcação de Oscar. Por que foi impossível pará-lo naquele segundo tempo?
- Os jogadores do Brasil fizeram um belo trabalho, criando situações de jogo para o Oscar. E ele tem uma incrível capacidade de arremessar de todos os lugares da quadra. Eu acredito que ele teria sido um jogador espetacular na liga profissional americana.

- Você vê a final de Indianápolis como um ponto importante na decisão (adotada alguns anos depois) dos americanos de usar atletas profissionais nas competições?
- Acho que foi apenas parte daquela decisão. É bom lembrar que o Brasil e todas as seleções da América do Sul, assim como os europeus, usavam seus melhores jogadores nas competições internacionais - e eles eram muito mais velhos e experientes do que os nossos universitários.

- A seleção americana acaba de dar um show no Pré-Olímpico de Las Vegas. A equipe está no caminho certo com Mike Krzyzewski?
- Sim! O time americano tem agora algo que jamais teve: a vantagem de trabalhar a longo prazo com o mesmo treinador e os mesmos jogadores

- Você foi assistente de John Wooden, considerado o maior técnico universitário de todos os tempos. Qual foi a lição mais importante aprendida naquele período?
- A coisa mais importante que Wooden me ensinou foi a valorizar a habilidade de forma organizada e prestar atenção aos mínimos detalhes.

E o tempo passa...


Por Gustavo de Oliveira

Vou pedir licença ao Rodrigo para mudar um pouco o tom da conversa e contar como foi a estréia de Jeffrey Jordan, filho de um tal Michael (lembra?), na pré-temporada universitária.

A equipe do Illinois, de onde recentemente saíram Deron Williams, Luther Head e Dee Brown, foi ao Canadá para testar o novo elenco. Em quatro partidas contra universidades canadenses, venceu três e perdeu para Concordia. Os jogos foram disputadas com as regras da Fiba. Jordan pai, que costuma comparecer nas atuações dos filhos, não esteve presente desta vez.

A verdade é que Jeff ainda está longe de ser o destaque do elenco. Inclusive, o técnico dos Fighting Illini, Bruce Weber, adiantou que ele não será nem titular neste ano e tem um longo caminho a percorrer até descobrir qual é seu nicho e o quanto precisa jogar duro.

Jeff não foi horrrível nos amistosos. Anotou em média seis pontos (com 50% de acerto), três rebotes, uma assistência e uma roubada em 19 minutos. Mas vai ter de comer muito feijão com arroz pra chegar às médias do pai no primeiro ano de faculdade.

Só por curiosidade: Michael cursava Geografia e, com futuro incerto, cogitava se tornar professor na pior das hipóteses. Jeffrey faz Psicologia e Administração, mas não esperava entrar para o elenco de Illinois.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Os eslavos


Por Fábio Balassiano

Virou lugar comum considerar que um técnico estrangeiro resolverá os nossos problemas. Ontem, em conversa pelo telefone com Wlamir Marques, ele me disse algo que faz todo o sentido: "Podem trazer o Phil Jackson, o Pesic, qualquer outro. Com 10 dias de treinamento e esta estrutura, não dá". É por aí mesmo. Os resultados "de quadra" são reflexos dos desmandos fora dela.

Oscar, por sua vez, defende um eslavo (o que seria isso, hein?) à frente do selecionado brasileiro. O Mão Santa, porém, fecha os olhos para o Europeu que acontece esta semana na Espanha. Na tarde desta terça-feira, a Sérvia foi eliminada após perder para Israel. A idéia do ex-craque parece mais estranha ainda se formos mais longe: a campeã mundial é a Espanha e a vice é a Grécia. Na última Olimpíada, deu Argentina, com a Itália levando a prata (o bronze, nas duas competições, foi para os EUA). No último Europeu (2005), os gregos ficaram com o troféu, seguidos de Alemanha e França.

Espanha e Argentina, por exemplo, praticam um jogo plástico e técnico, sem esquecer das diretrizes do basquete moderno (cadência, controle da bola e fluidez nos dois setores). A Grécia, por sua vez, esvazia a bola e permite poucas posses aos adversários. São nuanças que merecem ser respeitadas. O Brasil pode ter sua maneira de jogar, desde que a faça de modo responsável, disciplinado e seguindo os padrões atuais. Não precisamos de eslavos, mas de técnicos, independente da nacioanalidade.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Três pontos sobre o futuro

1) Frederico Soares, do jornal Extra, adiantou para a gente na caixinha a reportagem que será publicada nesta quarta-feira, dizendo que a Prefeitura do Rio ofereceu parceria à CBB para lançar a cidade como candidata a sede do Pré-Olímpico Mundial. Cá entre nós, acho difícil, mas...

2) Dos 255 votos deixados na enquete ali ao lado até a noite de terça-feira, 222 pediam um técnico estrangeiro na seleção. É essa também a minha sugestão, com o estudioso Marcel de assistente - idéia lançada aqui pelo leitor Ricardo e encampada pelo Balassiano.

3) Tiago Splitter pensa parecido. No aeroporto, falou que um europeu daria "ar novo" a seleção. Como sempre, não ficou em cima do muro.

No aeroporto, a confusão só aumenta

O desembarque da seleção brasileira em São Paulo, nesta terça-feira, jogou um pouco mais de pólvora no barril do fracasso. Ao menos três pontos colaboraram para reforçar ainda mais a impressão de um grupo desconexo e perdido dentro e fora da quadra.

Para começo de conversa, Lula Ferreira afirmou que não comentaria o caso Marquinhos porque não acredita na entrevista. Reagiu atacando a imprensa e afirmou que "estão fazendo com a seleção o mesmo que fizeram com a Escola Base".

Aqui, cabe uma explicação. Para quem não sabe, o caso Escola Base é o nosso maior exemplo recente de irresponsabilidade da imprensa. Em 1994, quatro funcionários do colégio paulista (incluindo os donos) e dois pais de alunos foram acusados por jornais de abuso sexual contra crianças. A reação popular foi intensa, e a escola foi depredada. Os proprietários chegaram a ser presos, mas acabaram declarados inocentes das acusações.

Então Lula acha possível comparar uma falsa denúncia de abuso sexual de crianças com a atuação da imprensa no Pré-Olímpico? Que coisa...

O segundo ponto foi a reação de Nezinho, que tentou explicar o inexplicável sobre ter se recusado a entrar contra o Uruguai: "A gente estava ganhando por uns 40 pontos e só falei para o Guerrinha que não havia necessidade de eu entrar. Mas não existe polêmica." Ah, não?

Leandrinho, por sua vez, pregou um discurso de paz e união em nota oficial divulgada à imprensa brasileira, mas deu entrevista a um jornal de Phoenix reclamando que Lula o deixou muito tempo no banco na partida contra a Argentina. Não tem jeito. A confusão só aumenta.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Alessandra mantém as críticas à CBB


A reportagem da Gazeta Esportiva, que o leitor "npstr" colocou na caixinha, mostra que Alessandra continua firme na cruzada contra os desmandos da CBB. Só peço cuidado nessa história de que o Brasil corre risco de suspensão. Não há ninguém da Fiba falando na matéria, e quem dá o parecer é o advogado da atleta. Então vamos devagar com o andor. Ainda assim, bati um bom papo com a Alessandra hoje pelo messenger, e ela falou sobre a pendenga judicial, o descaso do Grego e o fiasco masculino no Pré-Olímpico. "Perdemos a chance da vida", disse a pivô. A reportagem completa está aqui.

Debate na TV

Se você tem o canal Esporte Interativo, fique ligado hoje à noite: às 20h30, o nosso Fábio Balassiano participa de uma mesa-redonda, ao vivo, ao lado do jornalista Vitor Sergio Rodrigues e do ex-jogador Alexey. O tema, claro, é a atuação brasileira no Pré-Olímpico - e os rumos do basquete nacional.

Marcelinho não fica na Lituânia


Por Fábio Balassiano

Se não bastasse o fiasco com a seleção brasileira, Marcelinho Machado tem mais uma preocupação a partir de agora: encontrar um novo clube para a temporada 2007-2008. De acordo com Paulius Motiejunas, diretor de comunicação do Zalgiris Kaunas, o brasileiro, que teve bom desempenho no título lituano conquistado pela equipe, não continua no time para os campeonatos que começam a partir de setembro e outubro - os motivos ainda não foram esclarecidos, mas o Rebote continua em contato com a direção do clube.

A se lamentar, apenas, a chance perdida por Marcelinho - o Zalgiris tem vaga garantida na próxima Euroliga. Resta saber se o brasileiro permanecerá atuando na Europa, ou voltará a atuar por equipes brasileiras. Em outras palavras, se ele quer continuar evoluindo, ou se dará espaço à conformidade de atuar com sua reserva técnica em solo nacional.