quinta-feira, 26 de julho de 2007

Pela perpetuação da espécie


Por Fábio Balassiano

Janeth deixou a quadra mancando após o jogo contra Cuba, na semifinal do Pan. Com dores constantes, deslocamento lateral abaixo da crítica e sem explosão física, aquele seria um ótimo momento para se despedir. Seria, mas não no basquete brasileiro – não neste basquete brasileiro. Melhor ala da história da modalidade no feminino, ela teria motivos de sobra para continuar a brilhante carreira até os Jogos Olímpicos de Pequim.

Nenhuma outra atleta tem o poder de decisão de Janeth no fim das partidas. Iziane é tímida e reclusa demais; as outras alas que agora surgem - Karen, Palmira e Micaela - carecem de fundamentos mais apurados e experiência internacional; e, o principal, o começo da era Bassul na seleção principal necessita de alguém com experiência internacional no desafio de chegar novamente às Olimpíadas (no Pré-Olímpico das Américas será praticamente impossível, pois os EUA mandarão a equipe principal para obter a única vaga disponível).

Se por um lado a continuação de Janeth representaria mais uma ajuda à Confederação Brasileira na popularização do esporte (coisa que ela, CBB, não merece de modo algum), por outro fecharia, em alto nível, a carreira mais vencedora de uma atleta na modalidade. Não sou chegado a campanhas, nem a puxa-saquismos, mas a verdade é que não vejo outra atleta (exceção feita a Iziane) capaz de colocar o Brasil na disputa pelas primeiras posições em âmbito internacional.

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